O Zé Povo
-Ò Ti Felismim, a festa do Padroeiro?...
- Ó afilhado Miquito, foi uma procaria.
- Porqu’é ti Felismim?...
- Ó gaiato nã chegou p’ra os tarecos do meu bichano,
Poco povo, poco arraial, pocos cantadores, mu’to poca festa.
-Por’um acaso!... mas a q’se deveu!...
-Ófraganote os firantes falarucavam, que o Persistente
Stourou o ninheiro d’les prá pulitica…
-Nã diga Tí Felismim!... Mas olhe q’ele s’ta bemposto,
Nos retratos graúdos.
-Pos s’tá Miquito, os oiros e os anhos do povo d’á p’ra tudo,
S’tá farto comum bichano.
- Ó’lá uma c’ousa, ó Tio!...
Q’eque s’tória é essa do anho,
Na me digas qué a do vizinho, que levou á pensão!...
-Ó miúdo c’umo gosto d’ti, saies a teu Tio… espegadote!...
O bicho vai prá pensão, ospois os caos graúdos vão lá cumelo…
Assi o povo nã fala.
-É tudo uma faforrice…
O povo q’ce dane…
Cristóvão Marquez
29-09-2005